Como roubaram 1 milhão aos mais pobres? [Breves do AE] 

O que deve fazer uma organização humanitária quando é vítima de fraude ou de roubo? Deve manter o silêncio, para não arriscar perder a confiança dos seus doadores? Ou, por outro lado, deve ser o mais transparente possível, na esperança de, ao ter uma atitude mais honesta do que a maioria das outras organizações, conseguir manter (ou até reforçar!) a confiança dos seus doadores? Face a este dilema, a GiveDirectly, uma organização humanitária que faz transferências de dinheiro directamente para os mais pobres, decidiu arriscar pela transparência ao anunciar (por sua iniciativa) que tinha sido vítima de fraude, e que tinham roubado quase 1 milhão de dólares aos pobres que pretendia ajudar na República Democrática do Congo (RDC).

The Life You Can Save — Relatório de 2022 [Breves do AE]

Resumo do relatório anual (de 2022) da organização do Altruísmo Eficaz, The Life You Can Save, fundada pelo renomado eticista, Peter Singer. […]
Embora tenham angariado 18,1 milhões de dólares para as instituições de caridade que recomendam, esta foi a primeira vez, desde a fundação em 2013, que diminuiu a métrica geral de Dinheiro Movimentado anualmente. Essa diminuição teve como base o facto de alguns dos maiores doadores não terem renovado as suas contribuições ou não terem contribuído ao mesmo nível. […]
Embora o Dinheiro Movimentado tenha diminuído, registou-se um pequeno aumento no valor médio das doações individuais processadas por meio das plataformas da TLYCS.

O que acontece depois de criarmos Deus? [Breves do AE]

Se pudéssemos curar doenças como o cancro [BR. câncer], porque é que não haveríamos de fazê-lo? Imagine que para isso tínhamos a capacidade de criar algo com o poder de um deus. O que poderia correr mal? Bom, imagine que esse deus teria a capacidade de curar doenças e de fazer desaparecer miraculosamente os males que assolam a humanidade, mas haveria 1% de probabilidade de, ao operar de forma misteriosa, acabar por exterminar toda a vida na terra. Deveríamos, ainda assim, criar esse deus? Essa ínfima probabilidade, por contraste com o paraíso na terra, seria negligenciável? Mas atenção, seria uma probabilidade de extermínio total… e se houvesse uma probabilidade maior disso acontecer?

Devemos parar a Invasão da IA? [Breves do AE]

Será que a chegada da Inteligência Artificial é como uma perigosa invasão alienígena? Há quem apresente precisamente essa analogia: Quando o Havaí foi assolado por ratos, perante o grave prejuízo económico, houve quem se lembrasse de introduzir um predador natural vindo de outro país, o mangusto. Mas a ideia provou ser desastrosa, pois o mangusto terá acabado por se tornar responsável pela extinção de várias espécies locais. E no caso do “mangusto da IA”? Mesmo perante a possibilidade de uma enormíssima vantagem económica, será que faremos uma pausa para assegurar que não ficamos tão impotentes como ovos face à voracidade do mangusto? Quem assinaria uma petição que obrigasse a fazer essa pausa?

Superinteligência, depressa ou devagar? [“Breves do AE”]

O Director Executivo [da OpenAI], Sam Altman, esclarece o seguinte sobre o seu plano:
«A transição bem-sucedida para um mundo com superinteligência é talvez o projecto mais importante — e esperançoso e assustador — da história da humanidade.»
[…] Para percebermos a gravidade destes riscos, vejamos o que diz Kelsey Piper [Holden Karnofsky e Scott Alexander]