Por Charles Bresler (Blogue TLYCS)

Como lidar com a má conduta sexual no mundo da caridade? (Arte digital: José Oliveira | Fotografias: Pixabay)
A onda de alegações e veredictos de má conduta sexual do ano passado, reflecte o comportamento não só em esferas de alta visibilidade como o entretenimento, o sistema político, o desporto e os negócios, mas também no sector sem fins lucrativos, por exemplo, no movimento do bem-estar animal e em instituições de caridade globais. Um exemplo deste último foi recentemente relatado nas notícias de incidentes a envolver funcionários da Oxfam Grã-Bretanha* durante a crise do Haiti (em grande parte também noticiados na altura, em 2011). Mesmo em organizações que se concentram em fazer o bem, é com demasiada frequência que os homens abusam do seu poder, incluindo má conduta sexual.
A The Life You Can Save espera que as organizações sem fins lucrativos que recomenda, tenham salvaguardas adequadas para garantir que qualquer pessoa que abuse do poder venha a enfrentar consequências imediatas, transparentes e adequadas. Talvez ainda mais importante, as organizações devem criar uma cultura em que todos — as mulheres em particular — se sintam seguros fazendo queixas sem medo de qualquer tipo de retaliação e confiantes de que as acusações serão devidamente investigadas e que se aja sobre elas em conformidade. Também consideramos que as organizações devem ter um sistema seguro e justo, como temos na The Life You Can Save, em que cada funcionário possua linhas claras de comunicação, umas primárias e outras de recurso, para registar reclamações.
* A Oxfam é composta por filiais em vários países do mundo. Todas elas são organizações independentes, embora coordenem as suas actividades e participem em actividades conjuntas através da Oxfam Internacional. Os incidentes ocorridos no Haiti e a forma como se lidou com eles, envolveu apenas a Oxfam Grã-Bretanha, e não a Oxfam América ou qualquer outra organização do país.
Texto de Charles Bresler (Director Executivo da The Life You Can Save) publicado no blogue da TLYCS, a 10 de Fevereiro de 2018.
Tradução de José Oliveira.