Descubra o quão “rico” você realmente é: Um olhar sobre o rendimento global e a caridade

Por Grace Adams (Giving What We Can)

.

saber se é Rico.fx

Quer saber se é rico? (Arte digital: José Oliveira | Fotografia: Greg Rakozy e Alexander Grey)

.

Recentemente, saí para as ruas movimentadas de Londres para falar com pessoas comuns sobre o que pensam da caridade, da generosidade e da sua posição na escala global de rendimentos. Os resultados foram… surpreendentes! E as reacções? Ainda melhores.

A experiência foi bastante reveladora, não só para os participantes, mas também para mim. Foi uma oportunidade para explorar um aspecto frequentemente ignorado das nossas vidas — o nosso rendimento em relação ao resto do mundo.

Em geral, é como se vivêssemos numa redoma, raramente se pára para pensar na nossa situação financeira à escala global. No entanto, quando começamos a analisar os vários níveis das nossas posições económicas, comparando-as com a realidade da distribuição global dos rendimentos, as perspectivas mudam e as conversas casuais tornam-se mais profundas.

Um momento particularmente marcante foi quando as pessoas que por ali passavam descobriram qual era o seu nível de rendimentos em termos mundiais (isso depois de lhes ter sido pedido que adivinhassem!). Quando as pessoas se aperceberam de que alguém com um rendimento aparentemente modesto em Londres podia estar entre os 1,5% de pessoas com os rendimentos mais elevados em todo o mundo, ficaram verdadeiramente espantadas — e algumas até pensaram que a calculadora estava avariada!

E esta experiência não se resumiu a números ou estatísticas. Tratou-se de compreender que mesmo as pessoas comuns têm a capacidade de contribuir para o bem-estar global  — uma constatação que muitos pensaram que era incrível, mas também lhes dava a sensação de terem mais poder para mudar a situação. 

Como parte desta auscultação popular, também entrevistei especialistas como Julian Jamison, um Economista da Saúde, que nos ajudou a compreender as complexidades da distribuição dos rendimentos e as suas implicações nas doações à caridade, e pessoas como Habiba Banu, que destinou uma parte significativa dos seus rendimentos à caridade, em parte com base em constatações semelhantes.

As nossas conversas revelaram um fio condutor comum: a ideia errada de que as nossas contribuições individuais são demasiado pequenas para fazer a diferença. De facto, o vídeo mostra como até mesmo donativos modestos podem ter um efeito profundo em países de baixos e médios rendimentos, desafiando-nos a repensar a forma como vemos a nossa capacidade de ajudar.

Ao reflectir sobre as conversas e sobre as lições que daí se retiraram, torna-se claro que compreender o nosso lugar na escala global de rendimentos não é apenas um exercício de humildade — é também um apelo à acção. Trata-se de reconhecer a nossa responsabilidade partilhada de apoiar os mais desfavorecidos e de tomar decisões informadas sobre como e para onde doar.

Este vídeo é um convite para se juntar a mim nesta longa discussão sobre rendimentos, caridade e o papel que cada um de nós pode desempenhar para tornar o mundo um lugar melhor. Não se trata de nos sentirmos culpados pelo que temos, mas de sentirmos que temos o poder de usar os nossos recursos de forma mais sensata.

Obrigado por dedicar algum do seu tempo para reflectir sobre estas questões. Espero que veja o filme “You’re richer than you realise” [“Você é mais rico do que pensa”] e que partilhe connosco as suas ideias e experiências. Juntos, podemos começar a reduzir a distância entre as nossas percepções e a realidade da distribuição global do rendimento, tomando decisões informadas, uma de cada vez.


Publicado originalmente por Grace Adams, no site da Giving What We Can, a 13 de Março de  2024.

Tradução de José Oliveira.


Descubra mais sobre Altruísmo Eficaz

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Deixe um comentário