I Evento Anual sobre Riscos Globais

I Evento Anual sobre Riscos Globais (Arte digital: José Oliveira | Fotografia: UNIFESP)

O Grupo de Estudos e Pesquisa Riscos Globais, do Instituto de Estudos avançados e Convergentes da Universidade Federal de São Paulo (IEAC/UNIFESP), convida para o I Evento Anual sobre Riscos Globais, a fim de pensarmos juntos sobre a posição peculiar do Brasil no que tange a esse tema.

Ao longo de três dias, de 25 a 27 de outubro de 2023, pesquisadores acadêmicos apresentarão conferências neste que será um evento gratuito e aberto a toda a sociedade. Algumas das conferências se darão online, mas a maioria ocorrerá no anfiteatro térreo da reitoria da UNIFESP, na Rua Sena Madureira, n° 1500 – Térreo – São Paulo (SP).

Por que este evento é importante?

Nos últimos anos, nossa sociedade foi profundamente afetada por: 

a) uma pandemia global causada por um novo tipo de vírus e suas respectivas mutações ainda sendo investigadas por cientistas; 

b) uma guerra entre duas nações europeias, causada pela invasão da Ucrânia pela Rússia, com ameaças de retaliação nuclear por parte da Rússia;

c) ameaças à estabilidade política e à democracia em diferentes partes do mundo, o que gera incertezas sobre as perspectivas de cooperação global; 

d) um agravamento da crise climática, de modo que, ainda que os países respeitem os compromissos assumidos em Glasgow em 2021, é provável que a temperatura média do planeta aumente mais do que o limite de 1,5ºC aconselhado pelo IPCC, e que os prejuízos que as gerações futuras sofrerão estejam sendo subestimados; 

e) uma perturbação de cadeias de fornecimento globais, com elevação dos preços de energia e alimentos, da parcela da população em situação de pobreza, e da desigualdade dentro dos países; 

f) avanços surpreendentes em Inteligência Artificial, trazendo a expectativa de que, nas próximas décadas, assistiremos a mudanças de impacto comparáveis ao do domínio da eletricidade e da energia nuclear; 

Trata-se de um momento peculiar: se por um lado o desenvolvimento econômico e tecnológico nos permite vislumbrar uma era em que abandonaremos mazelas antigas como pobreza e doenças, por outro também se constata que, nas últimas décadas, a humanidade obteve condições de engendrar sua própria extinção. Se viermos a ser extintos, isso ocorrerá por causas criadas pelos próprios humanos – e que, portanto, poderiam ser evitadas. 

O futuro não está, felizmente, determinado. O amanhã se encontra em aberto, e cabe a nós aproveitarmos a oportunidade para pensarmos juntos as melhores formas de mitigar e mesmo impedir os piores cenários.

Divulgue! Compareça!

Link para as inscrições


Programa

25/10 – Riscos Naturais e Colapso de Ecossistemas

Local: Anfiteatro térreo da Reitoria (UNIFESP)

Rua Sena Madureira, n° 1500 – Térreo – São Paulo (SP).

10h – Abertura: o Instituto de Estudos Avançados e Convergentes da UNIFESP.

O Instituto de Estudos Avançados e Convergentes (IEAC) tem como objetivo primordial a promoção de pesquisas convergentes, as quais são reconhecidas como as mais avançadas no âmbito do conhecimento. Além disso, o instituto tem a responsabilidade de coordenar a tradução entre as diversas linguagens científicas, buscando estabelecer benefícios mútuos entre elas, concentrando-se de maneira significativa na promoção da interdisciplinaridade.

Ivo Silva Jr

Ivo da Silva Júnior – presidente do IEAC/UNIFESP. É professor adjunto de História da Filosofia da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP. Graduado em filosofia, defendeu o mestrado (2000) e doutorado (2005) pela Universidade de São Paulo (USP). Realizou estudos entre 2003-2004 e pós-doutorado entre 2010-2011 na Universidade de Reims, França. É editor-responsável da revista Cadernos Nietzsche (Qualis A1). É membro do GIRN – Grupo Internacional de Pesquisa em Nietzsche, HyperNietzsche, GT – Nietzsche, da ANPOF e GEN – Grupo de Estudos Nietzsche. Dirige o CENBRA (Centro de Estudos sobre Nietzsche: recepção no Brasil). Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase no pensamento de Nietzsche e na filosofia francesa contemporânea.

Currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/0867604979777627 

10h15 – A emergência de uma humanidade extraplanetária.

O entendimento de que eventos de extinção em massa já ocorreram em nosso planeta pelo menos cinco vezes por conta de eventos espontâneos e caóticos, isto é, “naturais” no sentido de “sem intervenção humana”, nos leva a pensar sobre o que podemos e devemos fazer para aumentar as chances de sobrevivência da humanidade em casos de desastres causados por fatores extraterrestres, tais quais colisões de cometas e asteroides. Ao longo das duas primeiras décadas do século XXI, temos testemunhado o crescente retorno do interesse em programas de exploração e colonização espacial. Tanto os setores governamentais quanto os privados têm se concentrado em pelo menos três cenários promissores que levam em consideração a expansão espacial humana: a) vários projetos demonstram a viabilidade de mineração de asteroides como tendo melhor custo-benefício, e também como sendo mais ética do que a mineração da Terra; b) a possibilidade de transformar Marte em um ambiente apropriado para a espécie humana, através de um processo gradual de engenharia planetária conhecido como “terraformação”; c) a crescente pesquisa por vida em luas jupiterianas e saturninas, dadas as evidências de que tais sítios podem ser prebióticos ou até mesmo bióticos. Dentre várias emergentes questões éticas que decorrem da possibilidade da ação humana em contextos extraterrestres, pretendemos abordar e tentar responder às seguintes: a) levando em consideração todos os problemas que nós temos de encarar em nosso próprio planeta, seria eticamente correto investir tempo e dinheiro em empreendimentos espaciais?; b) seria ético terraformar outros planetas?; c) há algum tipo de conflito entre os diferentes modelos de ética ambiental, no que diz respeito à exploração espacial?

Alexey Dodsworth

Alexey Dodsworth – bacharel em Filosofia, bacharelando em Astrofísica e Ciências Planetárias pela Open University (Inglaterra), mestre em Filosofia pela FFLCH-USP, mestre em ensino de Astronomia pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP, doutor em Filosofia pela Università Ca’ Foscari de Veneza (Itália) em regime de co-tutela com a USP. É membro do conselho editorial da Revista Ciência e Cultura e do comitê de ética, ambos da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Membro da Sociedade Brasileira de Astrobiologia. Coordena o grupo de estudos e pesquisas em riscos globais do Instituto de Estudos Avançados e Convergentes da UNIFESP.

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7765202282524567

11h15 – Imaginar devemos: Antropoceno e mudança na literatura.
O que fazer diante da chegada da maré fervente da crise climática, com cenários de desamparo descomunal? A arte, em especial a literatura, não consegue nos responder, mas é capaz de traçar imaginários e, por meio da representação da catástrofe e de outros mundos possíveis, apontar caminhos e estabelecer diálogos, nos tirando dos polos da apatia cotidiana e da angústia catastrofista. É capaz ainda, por seu próprio estranhamento, de construir respostas e responsabilidades coletivas, mesmo que não sejam prontamente exequíveis. Pretende-se discutir, especialmente, como a ficção científica, ao nos devolver uma versão decantada do mundo, assume uma importância na discussão ética e prática no uso de tecnologias, principalmente ao mostrar as contradições da sociedade atual.

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Ana Rüsche – Escritora. Doutora em Estudos Linguísticos e Literários pela Universidade de São Paulo (USP), realiza pesquisa de pós-doutorado sobre ficção científica e mudança climática no depto. de Teoria Literária e Comparada na USP. Seu último livro é A telepatia são os outros (Monomito, 2019), publicado na Itália como Telempatia (FutureFiction, 2023), vencedor do Prêmio Odisseia de Literatura Fantástica e finalista dos prêmios Argos e Jabuti. Possui outros títulos de prosa e poesia.

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3640438371450743

14h – A Complexidade para tratar os riscos.

Nesta reflexão, pretende-se discutir alguns aspectos da perspectiva da Complexidade para tratar as situações de risco. Para tanto, se faz fundamental pensar sobre o sujeito a ser formado nessa outra visão de mundo que, de antemão, pauta-se pela criticidade, complexidade e reflexidade; assim como identificar propostas de formação que considerem aulas abertas e dinâmicas baseadas em temas permeados pelo risco (tais como as emergências climáticas). 

GiselleWatanabe

Giselle Watanabe – Licenciada em Física pela Universidade de São Paulo (USP) (2003), com mestrado em Interunidades em Ensino de Ciências pela USP (2008) e doutorado em Interunidades em Ensino de Ciências pela USP (2012). Pós-doutorado pela Universidad de Sevilla/ES (2014) e pelo Instituto de Física da Universidade de São Paulo, com visita técnica na Universitat Autònoma de Barcelona/ES e Universidad de Sevilla/ES (2019). É professora do Centro de Ciências Naturais e Humanas da Universidade Federal do ABC. Atua na área de Ensino de Ciências/Física (ensino-aprendizagem e formação de professores) com foco nos temas: aspectos da complexidade, educação para o risco, criticidade, decrescimento e meio ambiente, e modelos metodológicos pessoais. Lidera o grupo de pesquisa GrECC (Grupo de Ensino de Ciências e suas Complexidades). Atuou como avaliadora e coordenadora adjunta em diversos processos vinculados ao PNLD e é coordenadora da Especialização em História, Ciências, Ensino e Sociedade (HCES/UAB).

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8199192901622333

15h – Insegurança alimentar numa catástrofe global causada por riscos naturais e colapso de ecossistemas.

A segurança alimentar pode ser afetada por catástrofes globais causadas por colisão de asteroides ou cometas, aquecimento global, erupção de um supervulcão e outros colapsos de ecossistemas. Neste painel, falaremos sobre as alternativas de produção de alimentos nesses cenários (alimentos resilientes) e a necessidade de realizar um planejamento para estar preparados e evitar a morte de milhões de pessoas por fome. 

Juana Martinez

Juana Maria Huisa Martínez – Engenheira de Alimentos pela Universidade Católica de Santa Maria (Peru) com MsC em Engenharia de Alimentos (Universidade Federal de Rio Grande), especialista em Utilization and Preservation Techniques for animal (Obihiro University of Agriculture And Veterinary Medicine – Japão) e especialista em Proteínas alternativas (The Cambridge University Protein Alternative). Integrante do grupo de estudos e pesquisas em riscos globais do Instituto de Estudos Avançados e Convergentes da UNIFESP e Coordenadora de Altruísmo Eficaz Brasil.

 Curriculo lattes: http://lattes.cnpq.br/9464149487053899 

16h – Riscos Globais, desastres e sua regulação no âmbito do estado democrático de direito.

O aumento de desastres em diferentes regiões do Brasil levanta uma série de questões, dentre as quais a deficiência na prevenção e a emergência de aprimoramento da implementação da política pública correlata. A palestra abordará os atributos-chaves do risco sistêmico, a conexão entre riscos globais e locais, bem como a importância do fortalecimento estrutural e normativo do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil brasileiro, especialmente no que tange a dois de seus eixos básicos: governança e financiamento.   

Fernanda Damacena

Fernanda Damacena – Advogada, consultora, professora e pesquisadora. Especialista em Direito do Estado. Mestre e Doutora em Direito Público, com período de estudos na UC Berkeley School of Law – Califórnia. Pós-doutorado em direito socioambiental e sustentabilidade. Pesquisadora e Vice-Líder do Grupo de Estudos de Redução de Riscos de Desastres Sociais da UNIFESP. Pesquisadora nos Grupos CNPQ/Cemaden: Ecossistemas, Saúde Coletiva e Desastres e Ciência cidadã na prevenção de riscos e desastres. Vice- Presidente e Coordenadora Pedagógica do Instituto de Estudos em Gestão e Governança Pública -IEGGAP. Membro da Comissão das Comissões de Direito Ambiental e Direito Público OAB/RS; Membro da Associação Brasileira de Professores de Direito Ambiental.

Currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/4645755205791004


26/10 – Riscos Sociais e Governança Global.

Evento online (Link em breve).

10h – Qual o custo do risco de catástrofes? O exemplo dos preços de carbono

No Brasil, há discussões recentes sobre preços de carbono envolvendo um projeto de lei regulando o mercado de carbono e sobre sua aplicação à litigância climática. Explicamos brevemente como funcionam esses diferentes “preços” e os respectivos mecanismos – que visam a internalizar as externalidades causadas pelas emissões, desincentivando-as. A seguir, explicamos como esses preços são utilizados na análise econômica de projetos, bem como as respectivas dificuldades teóricas que implicam – p. ex., a imensa incerteza e a taxa de desconto sobre o valor dos danos no longo prazo. Isso nos leva a introduzir uma metodologia alternativa, a precificação consistente com objetivos climáticos – que, propomos, poderia acarretar maior convergência e melhor base jurídica. Por fim, consideramos pesquisas análogas sobre a “precificação” de outros riscos catastróficos em análises de custo-benefício.

Ramiro

Ramiro Peres – investigador de pós-doutorado na Universidade Nova de Lisboa, vice-coordenador do GEP Riscos Globais do IEAC/UNIFESP, analista do BCB (afastado para estudos).

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6769195915163037 

11h – Soluciones alimentarias resilientes para catástrofes globales en América del Sur.

El sistema alimentario mundial basado en la agricultura depende de unas condiciones medioambientales constantes, que pueden verse gravemente alteradas. Los patógenos, las plagas y los cambios bruscos de temperatura están a la orden del día. El cambio climático está intensificando el riesgo de un colapso internacional de la producción de granos sin precedentes en la historia reciente. Sin embargo, los peores escenarios alimentarios van mucho más allá: una catástrofe abrupta de reducción de la luz solar, quizá causada por una gran erupción volcánica o un conflicto nuclear, podría reducir la producción agrícola hasta un ~90%, provocando una hambruna mundial. ¿Cómo debemos reaccionar? Alliance to Feed the Earth in Disasters (ALLFED) es una organización internacional dedicada a la preparación contra estas catástrofes alimentarias globales. En esta presentación el Research Manager de ALLFED Juan García explicará los escenarios más extremos de catástrofe alimentaria, así como las medidas de preparación que se pueden tomar para evitar las peores catástrofes. Parte de la presentación se centrará em la situación y el papel de América del Sur en un escenario de catástrofe extrema (invierno nuclear), sobre todo Argentina y Brasil.

JuanGarcia

Juan Garcia Martinez (Espanha) – Engenheiro químico, atua como Gerente de Pesquisa na Alliance to Feed the Earth in Disasters (ALLFED). Seu trabalho se concentra em estudar a viabilidade de produções-piloto e avaliar o potencial de tecnologias para a produção de alimentos resilientes a catástrofes globais, incluindo: tecnologia de fermentação em geral, proteínas de células únicas a partir de CO₂ ou gás natural, açúcares a partir de fibras vegetais ou CO₂, gorduras a partir de microrganismos ou hidrocarbonetos, eletrossíntese microbiana e síntese não biológica de alimentos. Ele também trabalha em sistemas circulares de produção de alimentos para missões espaciais e na transferência de políticas e ação de estudos acadêmicos sobre riscos catastróficos globais para ação política.

14h – Segurança alimentar e redução de riscos e desastres sociais: explorando caminhos para a sustentabilidade e a democracia.

Trata-se de uma análise sobre a interligação entre segurança alimentar e a mitigação de desastres socioambientais no Brasil. Propõe-se avaliar as interações entre políticas públicas voltadas para prevenir e mitigar os impactos de eventos sociais adversos, bem como garantir acesso a alimentos de alta qualidade. Busca-se promover uma compreensão aprofundada das estratégias que efetivamente integram essas esferas essenciais, visando fortalecer a integridade social e a segurança alimentar. Ao fazê-lo, busca-se também aprimorar a sustentabilidade dos sistemas alimentares e reforçar os alicerces democráticos no Brasil. Dessa forma, destaca-se como um farol na busca por um Brasil mais sustentável, inclusivo e democraticamente robusto, ao integrar os princípios da segurança alimentar com estratégias de redução de riscos socioambientais.

AnaRojas

Ana Rojas – Assistente Social com Pós-doutorados em Políticas Públicas (PUCSP) Professora Associada, Pesquisadora, Orientadora nas Ciências Humanas e Sociais e Bolsista Produtividade – PQ2 / CNPq na UNIFESP. Visiting Scholar na Liverpool Hope University. Docente de Pós-Graduação em Ensino das Ciências em Saúde, coordenadora do Núcleo de Estudos, Pesquisa e Extensão de Famílias e Políticas Públicas – NEF/CEDESS e líder da pesquisa multicêntrica Políticas Públicas para Famílias em Situação de Vulnerabilidade: Interfaces da COVID-19, abrangendo 11 IES na América Latina e Europa.

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/4761034356311819

15h – Florestas tropicais, pontos de não retorno, e os custos de desmatamento e (re)florestamento

Estudos sobre o custo social do desmatamento precisam levar em consideração a probabilidade e o potencial impacto econômico de uma transição floresta-savana em larga escala. Assim, o custo observado por um país amazônico depende das políticas de uso da terra adotadas por outros países, e pagamentos por serviços de ecossistema podem ser necessários para garantir a provisão continuada de serviços e benefícios globais, tais como a captura e armazenamento de carbono e a proteção da biodiversidade. Por outro lado, o (re)florestamento tem sido visto como um meio para remover CO2 em larga escala da atmosfera, reduzindo as emissões líquidas mundiais. Concentrando em florestas tropicais na América do Sul, e usando dados espacialmente desagregados, nós estimamos uma curva de oferta para a remoção de CO2 da atmosfera via (re)florestamento.

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Sérgio Luis Franklin – Graduado em Engenharia Elétrica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio, 1985), mestre pelo Institut Européen d’Administration des Affaires (INSEAD, França, 1999), doutor em Engenharia pela (MIT)/Center for Energy and Environmental Policy Research (CEEPR) em 2016, e Analista Técnico da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) nas áreas de economia de seguros e catástrofes, matemática aplicada e ciência de dados. Possui sólida experiência em empresas multinacionais e nacionais nos segmentos de consultoria, regulação econômica, seguros e finanças, especialização em modelagem matemática, economia ambiental e cálculo estocástico, e experiência em gerenciamento de projetos em vários países, em ambientes culturais diversos.

Currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/9895309926667377

16h – A justiça e a litigância climática no Brasil.

Nossa geração festeja a Carta de 1988 pela declaração de direitos fundamentais multidimensionais e por sua redação democrática, com um vocabulário rico e um sentido aberto, permite que os hermeneutas, em uma perspectiva intergeracional, possam conferir-lhe uma interpretação apropriada, refinada e ampliar o rol de desses direitos. É bem verdade, evitar os retrocessos em relação a estes direitos conquistados é um imperativo que não pode ser esquecido. Ao Supremo Tribunal Federal (STF) cabe, entre outras atribuições, a guarda da Constituição (art. 102). Historicamente, ele tem suprido lacunas deixadas pelos demais poderes que, não raro, temem desagradar setores da sociedade e, em última ratio, o seu próprio eleitorado – o que não deixa de ser compreensível no aspecto político. Assim, parece evidente que competirá ao STF, que já convive com o tema da regulação atinente ao aquecimento global, criar os parâmetros e as definições do direito das mudanças climáticas. Há uma perspectiva sólida do aumento de demandas, com bom nível técnico, que buscam assegurar o cumprimento dos compromissos internacionais relativos ao clima. 

GabrielWedy

Gabriel Wedy – Juiz federal, membro do grupo de trabalho “Observatório do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas”, do CNJ, professor do PPG em Direito da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, pós-doutor, doutor e mestre em Direito, visiting scholar pela Columbia Law School e pela Universität Heidelberg, integrante da IUCN World Comission on Environmental Law (WCEL), Vice-Presidente de Assuntos Internacionais do Instituto O Direito Por um Planeta Verde e ex-presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe). É autor de livros e artigos científicos sobre direito climático publicados no Brasil e no exterior. 

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/4878672254938180


27/10 – Riscos Tecnológicos e Desenvolvimento Científico.

Local: Anfiteatro térreo da Reitoria (UNIFESP)

Rua Sena Madureira, n° 1500 – Térreo – São Paulo (SP).

10h – Sistemas de Alertas Precoces como auxílio à prevenção de crises de Direitos Humanos

Como prevenir crises de direitos humanos antes que escalem e se tornem irreversíveis? Uma ferramenta é o uso dos sistemas de alertas precoces: mecanismos de coleta, análise e difusão de informações sobre situações correlacionadas a violações dos direitos humanos. A utilização desse tipo de sistema de prevenção, há décadas empregado para monitorar situações de insegurança alimentar, tem sido estendida para outras formas de crises humanitárias – como prevê a iniciativa da ONU Early Warning Systems for All, assim como o Plano Estratégico 2023-2027 da Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Nesta apresentação, veremos como esses sistemas funcionam, quais são os seus benefícios e desafios, e como podem ser aplicados à proteção de direitos humanos.

FabioFloriano

Fábio Balestro Floriano é advogado, Mestre em Relações Internacionais pela UFRGS e Doutorando em Direitos Humanos pela USP. É também Especialista no Estudo das Instituições Ocidentais pela University of Notre Dame. Foi Diretor do Departamento de Relações Internacionais da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Assessor Internacional do Governador do Rio Grande do Sul, Diretor dos Programas de Políticas Públicas e de Democracia da Fundação Friedrich Ebert e, entre 2019 e 2023, chefiou a Assessoria de Relações com Estados e Organismos Internacionais da Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Em 2023, foi apresentado pelo Estado Brasileiro como candidato a Comissário na Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Atualmente é consultor ad hoc junto ao Conselho Nacional de Direitos Humanos.

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9080775916054834

11h – Do fruto proibido nascerá teu fim

Homero, Walter Benjamin e Ailton Krenak têm em comum o ceticismo sobre a razão instrumental como a salvação contra as forças da natureza. Nossa fala tem como objetivo uma reflexão livre sobre os possíveis cenários futuros de risco civilizacional e suas pretensas soluções tecnológicas. O que dizem nossos pensadores sobre a capacidade do Deus-Ciência oferecer a cura para os males de nossa modernidade? E se o avanço tecnológico for mesmo irreversível, quais as pistas de uma ideia-força ameríndia para agendas como inteligência artificial, exploração espacial e computação quântica?

Gustavo Macedo

Gustavo Macedo – Professor de Administração e Economia no Insper. Professor de Relações Internacionais no Ibmec. Pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da USP. Consultor da UNESCO para Inteligência Artificial. Doutor em Ciência Política pela USP/Columbia University. Trabalhou para o Departamento de Prevenção de Genocídios da ONU em Nova York. É especialista em segurança internacional, diplomacia de inovação, direitos humanos e inteligência artificial.

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7656157592496284 

14h – Ética e Inteligência Artificial

Os recentes desenvolvimentos da IA levantam uma série de questões éticas, dentre as quais problemas relacionados à explicabilidade, à responsabilização e a vieses (bias) discriminatórios. Tais fenômenos têm impactos éticos em diversas áreas de aplicação da IA, e importa discutir sob quais bases teóricas podem ser apresentadas reflexões frutíferas para um desenvolvimento responsável da IA. Nesta fala, apresentaremos um panorama da discussão contemporânea sobre ética da IA, discutindo inclusive aspectos percebidos como “riscos”.

João Cortese

João Cortese – doutor em Epistemologia e História da Ciência pela Université de Paris 7 e doutor em Filosofia pela USP (co-tutela). Graduado em Ciências Moleculares (USP). Coordenador da área de Ética da iniciativa Understanding Artificial Intelligence (UAI), no IEA-USP. Pesquisador do Núcleo de Bioética da Fundação José Luiz Egydio Setúbal (mantenedora do Hospital Sabará) e pesquisador associado ao Laboratório SPHERE. Atualmente, é professor no Ibmec-SP e na Faculdade Paulo VI. 

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3324430832612696

15h – Inteligência artificial na ciência: riscos e benefícios

Nesta palestra, exploramos como a inteligência artificial está revolucionando a pesquisa científica, facilitando análises rápidas de grandes conjuntos de dados. No entanto, discutimos também os riscos associados, como questões éticas e falta de transparência em algoritmos. Abordamos a interação entre IA e trabalho humano na ciência, destacando oportunidades para colaboração. O objetivo é fornecer diretrizes para maximizar os benefícios e minimizar os riscos da IA na ciência.

Helder Nakaya

Helder Nakaya é pesquisador sênior do Hospital Israelita Albert Einstein e professor adjunto da Universidade Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos. Também é docente da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP).

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5515247461567730

16h – Encerramento: o Grupo de Estudos e Pesquisas em Riscos Globais.

Os objetivos do GEP Riscos Globais do IEAC/UNIFESP envolvem identificar e estimular possíveis contribuições, no Brasil e no continente, à mitigação e ao manejo de riscos catastróficos globais, além de oportunidades de cooperação e coordenação entre pesquisadores e tomadores de decisão, considerando agentes políticos, cientistas e pesquisadores. Nesta mesa, discutiremos os objetivos do GEP e quais as condições para integrá-lo.

Alexey Dodsworth e Ramiro Peres – respectivamente, coordenador e vice-coordenador do GEP Riscos Globais do IEAC/UNIFESP.


Informações Úteis

É com grande prazer que o Grupo de Estudos e Pesquisa Riscos Globais, vinculado ao Instituto de Estudos Avançados e Convergentes da Universidade Federal de São Paulo (IEAC/UNIFESP), convida a todos e todas para o nosso I Encontro Anual sobre Riscos Globais.

:calendário_espiral: Data: 25 a 27 de outubro de 2023

:despertador: Horário: das 10h às 17h

:dardo_no_alvo: Local (formato híbrido): PRESENCIAL: Anfiteatro térreo da Reitoria da UNIFESP. Rua Sena Madureira, n° 1500 – Térreo – São Paulo (SP) ; ON-LINE: via YouTube

Ao longo de três dias, debateremos com pesquisadores e representantes da sociedade civil sobre o papel do Brasil frente a possíveis catástrofes globais com impacto significativo na trajetória da humanidade. Isso inclui, por exemplo, pandemias, alterações climáticas, conflitos internacionais e a emergência de tecnologias disruptivas.

– Evento gratuito

– Não requer pré-inscrição (exceto para os que desejarem certificado)

– Híbrido (presencial e com transmissão on-line nos dias 25/10 e 27/10; e apenas on-line no dia 26/10)

– Aberto a qualquer pessoa interessada no tema. Todos são bem-vindos!

:globo_com_meridianos: Programação completa e inscrições para emissão de certificado no site do evento: https://ieac.unifesp.br/eventos/i-encontro-de-riscos-globais

:data: Adicione o evento ao seu calendário: https://rebrand.ly/riscosglobais

Links para transmissão online:

DIA 25/10 (presencial, com transmissão on-line)

Riscos Naturais e Colapso de Ecossistemas – https://youtu.be/AlmuPiPI-CM

DIA 26/10 (apenas on-line)

Riscos Sociais e Governança Global – https://www.youtu.be/BKFg2iss2jk

DIA 27/10 (presencial, com transmissão on-line)

Riscos Tecnológicos e Desenvolvimento Científico – https://youtu.be/aoZNeCJZrlESe quiser receber lembretes e atualizações sobre o tema, pode preencher o formulário: https://www.even3.com.br/riscosglobais/



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